18 de jul. de 2013

QUINZE INSÔNIAS: MANIAS


Me incomodava. Não era o suficiente, mas incomodava. Não sei ao certo o motivo, mas minha mente não conseguia se manter quieta naquela noite. Algo surgia em meio a escuridão e a frieza. Algum tipo de vulto. 

Sentei. Prendi o cabelo e cocei os olhos. Fiquei olhando para os meus pés por alguns minutos. Não era suficiente tudo aquilo. Algo faltava e eu sabia disso. Tudo se tornou uma rotina em questão de segundos. Não era minha culpa. Mas, naquela noite, eu me lembro que rasguei alguns papéis que estavam na agenda. Não sei se serviam mais. Eram velhos e amassados.

Lutei para ter alguma vontade de dormir. Os travesseiros já estavam ajustados no cantinho. A parede já estava gelada. Era o inverno mais silencioso que vivi durante os meus três anos aqui. Não havia motivos de fechar os olhos. Olhei pela janela, a luz que vinha da rua ainda tentava roubar minhas imaginações. Ela refletia na parede do quarto. Fechei a janela e voltei a sentar na cama.

Decidi que queria um chá de morango mas a preguiça tomou conta. Ela já tinha batido na porta algumas vezes. Talvez fosse um tanto de medo. Eu não gostava de escadas. Era escuro. Ajustei o edredom deixando meus pés de fora. Usava uma meia de cor azul que era até um tanto engraçada. Fiquei olhando o teto por algum tempo e me perdi. Não sei onde fui parar naquele noite. Mas, a única certeza que tenho, é que nem aqui e nem lá nós estávamos. 


Um abraço!


15 de jul. de 2013

MEMÓRIAS FICTÍCIAS - CARINA CORÁ


Salve, salve, pessoal! Hoje preparei uma novidade muito bacana para vocês! A partir de hoje, a Carina Corá é parceira aqui do blog. Estou aguardando a chegada do livro e em breve publico aqui para vocês! Ela foi muito receptiva comigo, muito atenciosa. Sem contar que o livro é realmente incrível! Espero que vocês tenham gostado da primeira autora parceira do blog. E Carina, muito obrigado!

Para quem ainda não conhece o livro, veja só que incrível:


Título: Memórias Fictícias
Autora: Carina Corá
Editora: Novos Talentos
Idioma: Português
Número de páginas: 208
“A casa rangia. O barulho da chuva no telhado não me permitia volta a dormir. A escuridão do quarto fazia-me ficar em estado de alerta. Eu tivera um sonho conflituoso e ao mesmo tempo mágico, somente me lembro da figura eminente de uma torre, uma torre de paredes nuas, sem janelas Alguém me chamava de lá, alguém pedia socorro. De repente, apreceram dois grandes olhos. Olhos como eu jamais vira antes. Não vou conta-lhe o que vi neste sonho, pois não é o momento certo para tal revelação.” ( Trecho da orelha do livro)


No livro um mundo imaginário perdido no limbo de uma casa abriga relações misteriosas de uma família. Através dos relatos de Coralina de Lilá, Bianca Giacomina e Érus, os leitores irão atravessar o fino limiar entre a realidade e a ficção. Agora, confiram uma entrevista da Editora Novos Talentos com a Carina:

Novos Talentos: De onde surgiu a ideia do enredo de Memórias Fictícias? 

Carina Corá: Escrevo desde pequena pela vontade de expressar certas angústias. Acredito que as ideias foram acontecendo conforme a necessidade de escrever sobre determinado tema. Relendo certos contos e o livro Memórias Fictícias, percebo que o enredo surgiu de minha inquietação pela tênue diferença entre realidade e ficção. 

Novos Talentos: Quais são as suas influências literárias? Como podemos encontrá-las no seu livro? 

Carina Corá: Minhas influências literárias passam por Jorge Luís Borges, Franz Kafka, Lygia Fagundes Telles, Érico Veríssimo e Machado de Assis. Borges é quem está mais presente no livro, pois foi ele quem primeiro colocou em mim o gérmen do questionamento sobre o que é realidade com o conto “As Ruínas Circulares”. 

Novos Talentos: O que os leitores podem esperar de seu primeiro livro? 

Carina Corá: Espero que os leitores mergulhem, retornem à superfície e se questionem sobre as mesmas perguntas que eu tentei responder ao escrever Memórias Fictícias. Acredito que eles se apaixonem por esse mundo mágico, porém humano

Sobre a autora

Carina Zatti Corá nasceu em Caxias do Sul, RS em 12 de fevereiro de 1993. Escreve contos e peças de teatro há anos. Iniciou o desenvolvimento do livro Memórias Fictícias ainda no Ensino Médio e o concluiu em seu intercâmbio na Dinamarca. Lá criou um blog como diário virtual com dicas para futuros intercambistas. Sempre buscando a escrita, cursa Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Sul onde trabalha como bolsista na área de recepção teatral e criação dramatúrgica. Em 2012, a Editora Novo Século proporcionou a oportunidade de publicação do primeiro livro da autora.




Um abraço!

14 de jul. de 2013

RESENHA: NÃO CONTE A NINGUÉM - HARLAN COBEN


Não Conte A Ninguém é uma obra que vai arrancar suspiros e causar mistérios sem previsões.


Título: Não Conte A Ninguém
Autor: Harlan Coben
Editora: Arqueiro
Idioma : Português
Número de Paginas : 256
Classificação: ★★★★



SINOPSE: David Beck e sua esposa Elizabeth comemoram o aniversário de seu primeiro beijo quando uma tragédia interrompe o clima de romance: Elizabeth é brutalmente assassinada. O caso acaba sendo resolvido e o assassino, condenado. No entanto, David não consegue superar a morte de Elizabeth. Depois de oito anos, ainda se lembra de todos os detalhes. Mas é no dia do aniversário de morte de Elizabeth que a história realmente começa. Uma estranha mensagem aparece no computador de David, uma frase que somente ele e a esposa conhecem. De repente ele depara com o que parecia impossível - em algum lugar, de alguma maneira, Elizabeth está viva. Ele é advertido para que não conte a ninguém e envolve-se em um sombrio e mortal mistério, sem saber que já está sendo seguido por alguém que o tentará deter antes que descubra toda a verdade. 

"Parecia um sussurro sombrio ao vento. Ou talvez um frio na espinha. Alguma coisa. Uma canção estérea que apenas Elizabeth e eu podíamos ouvir. Uma tensão no ar. Alguma premonição qualquer." (Não Conte A Ninguém, Harlan Coben.)

O mais interessante, é a maneira em que o autor escreve. A forma em que ele descreve todo o cenário, as falas e sentimentos são realmente incríveis. É o tipo de leitura, em que, você começa a criar um próprio suspense. Ele produz isso. É algo misterioso, sem muitas explicações às vezes. No decorrer de toda situação, é impressionante a forma em que o Dr. David Beck lida com todo o acontecido. Ele vem sentindo a mesma dor durante 8 anos e, acredito eu, que ele sempre teve uma leve suspeita de que ela estaria viva.  

Não posso esconder que, chega em determinada parte do livro em que eu achei algumas enrolações. Mas, me surpreendi com o autor na maneira em que ele começa a revelar os mistérios escondidos na narração. O livro é narrado em narrador-personagem, onde, o Dr. Beck acaba prendendo a atenção do leitor. No continuar da leitura, foi quando eu acabei entendendo o motivo da capa do livro, que depois disso, nunca a observei como da maneira de quando comprei. 

"Eu a observo o tempo todo. Quase não fecho os olhos. Meus sonhos perversamente se inverteram. Agora é neles que a perco, é nele que ela está morta novamente e eu estou sozinho. Por isso, estou sempre segurando-a. Não desgrudo dela. Preciso desesperadamente dela. E ela de mim." (Não Conte A Ninguém, Harlan Coben.)


Espero que tenham gostado.
Um abraço! 

12 de jul. de 2013

[LANÇAMENTO] E-BOOK IMPLICAÇÕES - MATHEUS CARNEIRO




Hoje é o grande dia! O dia em que vou publicar o meu primeiro E-book! Bom, eu sei que demorei muito para publicá-lo, mas, hoje ele está finalizado. Então, vamos ver um pouco mais sobre ele?


Quando comecei a escrever esse conto, na verdade eu não tinha ideia de que isso poderia ser meio que um livrinho digital. Eu comecei a escrever no mês passado, quando publiquei o texto O Primeiro Café, aqui no blog. A partir disso, o rumo da minha escrita, de mim e do meu blog foi outro. 

Começaram a surgir leitores muito interessados na série de postagens me deixando muito empolgado. Bem, de início, a minha ideia era juntar os 5 capítulos. No blog, eu só fiz a publicação de 4, deixando o último para o E-book. Mas, decidi fazer uma surpresa. Escrevi 7 capítulos e ajustei toda a estória. Vocês vão perceber as mudanças que ocorreram e o que mais se passou na mente de Jess. 

"As cortinas não ficavam quietas e finalmente eu conseguia entender todo aquele silêncio. Ventos mudos. Meu quarto pequeno e de cama bagunçada com lençóis brancos completavam o cenário daquele drama. A frieza do chá já não combinava comigo naquela noite. E nem o teu silêncio." (Implicações, capítulo VII, página 01.)

A narrativa é feita em narrador-personagem, mostrando como a mente de Jess se tornou complicada desde o acidente com seu pai e sua irmã. A vida dela mudou completamente depois disso, tornando as coisas um pouco mais complicadas. 

"Me joguei no sofá e tentava me recompor. As mudanças acontecerem em dias estabilizados. Não tinha desenvolvido ainda a capacidade de aceitar as coisas." (Implicações, capítulo I, página 02.)
Tudo na verdade, é uma mistura de um cenário doloroso, com o frio, uma casa aconchegante, e como a Jess lida com  a situação. É algo que, depois que eu escrevei e fui reler, me prendeu. Me senti dentro de tudo aquilo com uma vontade enorme de mudar o rumo das coisas.  É uma série de complicações que vale à pena gastar um pouco do seu tempo. Escrevi capítulos bem curtinhos, já que na verdade, eram uma sequência de postagens do blog. 

Você pode baixar o e-book
clicando na imagem também
(MediaFire | 440.85KB)

A capa foi feita por mim, juntamente com a ilustração de Elia Fernández, uma designer da Espanha, a quem agradeço muito. O e-book contém cerca de 17 páginas, foi escrito por mim e revisado pela Mariana Cardoso, que é outra pessoa que agradeço de coração! Obrigado Mari. 

Não vamos esquecer dos meus amigos que me deram um apoio muito grande. Na verdade, eles me deram um empurrãozinho. Ao Léo, Michelly, Bia, Giovanna, Lisandra e Arianne. Obrigado também ao pessoal do meu Instagram, que me animaram muito!

E é isso gente. Estou muito feliz e espero que vocês gostem! 







Um abraço e até o próximo e-book!

11 de jul. de 2013

QUINZE INSÔNIAS: PARANOIA


Continuei por ali, sem muito o que pensar. Já estava quase amanhecendo e não conseguia pregar os olhos. Na dúvida, tentava ficar de olho no teto. Contava as madeirinhas. Virava de canto e recusava a parede gelada. O frio causava uma dor. Uma incomodação qualquer.

Uma dor de cabeça. Nada de se preocupar agora. O sono não tinha chegado e eu não estava querendo perder nada. Grudava no travesseiro. Ajustava o edredom e deixava os pés de fora. Um tipo de mania. Pegava o celular para olhar o nada. Voltava para perto da parede. Foi aí que, talvez, eu tenha encontrado um tipo de paranoia. De certo, alguma ilusão.

Fiquei olhando a luz que vinha da rua pela janela. Amarelada, que criava um desenho de uma faixa na parede velha. Tornava-se um desgaste. Fechava os olhos e esperava o sol aparecer. Ele poderia trazer um presente. Um calor diferente. Os estilhaços já tinham me consumido. Em mente, listava o meu dia seguinte. Na verdade, eu precisaria era de energia. A insônia me visitou sem deixar um cartão de visita.

Parecia que não iria acabar. Não largava do meu pé. Não me deixava sair para ver as nuvens mais brancas em uma manhã azul, ou nublada também. Mesmo assim, nada do sono chegar. Eu tentava esperar um pouco mais da vida. Nada de surgir alguém e nem o quê. Era só mais algumas horas. Uma tipo de turbulência desnecessária. 


Um abraço!